Os Espíritos, como foi dito, têm um corpo fluídico ao qual se dá o nome de perispírito. A sua substância é haurida no fluido universal, ou cósmico, que o forma e o alimenta, como o ar forma e alimenta o corpo material do homem.
O perispírito é mais ou menos etéreo segundo os mundos e segundo o grau de depuração do Espírito. Nos mundos dos Espíritos inferiores, a sua natureza é mais grosseira e mais se aproxima da matéria bruta.
É por meio do perispírito que os Espíritos agem sobre a matéria inerte e produzem os diferentes fenômenos das manifestações.
Na encarnação, o Espírito conserva o seu perispírito: o corpo não é para ele senão um segundo envoltório mais grosseiro, mais resistente, apropriado às funções que deve cumprir, e do qual ele se despoja na morte.
O perispírito é o intermediário entre o Espírito e o corpo; é o órgão de transmissão de todas as sensações. Para aquelas que vêm do exterior, pode-se dizer que o corpo recebe a impressão; o perispírito a transmite, e o Espírito, o ser sensível e inteligente, a recebe; quando o ato parte da iniciativa do Espírito, pode-se dizer que o Espírito quer, que o perispírito transmite, e o corpo executa.
O perispírito, de nenhum modo, está encerrado nos limites do corpo, como numa caixa; pela sua natureza fluídica, ele é expansível; irradia ao redor e forma, em torno do corpo, uma atmosfera que o pensamento e a força de vontade podem estender mais ou menos; de onde se segue que as pessoas que, de nenhum modo, não estão em contato corporal, podem estar pelo seu perispírito e se transmitir impressões, com o seu desconhecimento, alguma vezes mesmo a intuição de seus pensamentos.
Sendo o perispírito um dos elementos constitutivos do homem, desempenha um papel importante em todos os fenômenos psicológicos e, até um certo ponto, nos fenômenos fisiológicos e patológicos.
Quando as ciências médicas tiverem em conta a influência do elemento espiritual na economia, terão dado um grande passo, e horizontes inteiramente novos se abrirão diante delas; muitas causas de enfermidades serão então explicadas e poderosos meios de combatê-las serão encontrados.
Fonte: “Obras Póstumas” – Allan Kardec
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