“Mas podes estar certo
de que chegará o tempo em que os bons médiuns serão muito comuns, para que os
Espíritos bons não precisem mais servir-se de maus instrumentos.” O Livro dos
Médiuns – Allan Kardec – Cap XX questão
226 § 5
Muita polemica se tem gerado em torno dessa problemática. Em
que afeta ao homem, no exercício da mediunidade, o sistema alimentar?
Primeiramente, é preciso entender que a carne alimenta o
corpo, que influencia e recebe a influência do perispírito. A alimentação
carnívora, generosa em fluidos densos, causadora de inúmeras enfermidades,
dificulta a mobilidade perispiritual na saída do corpo e no trânsito dentro da
ambiência espiritual, à proporção que
intoxica os centros de força e o plasma perispiritual no que diminui a
percepção, a vibração e a lucidez perispirituais, com acentuado prejuízo para o
intercâmbio psíquico e para a qualidade dos fluídos com que operam os mentores.
Muitos a consideram insubstituível como fonte geradora de proteínas. Os que
lêem O Livro dos Espíritos encontram, na pergunta 723, as referências
espirituais: “Em nosso estágio, a carne alimenta a carne...” e nisso se baseiam
para o seu uso e abuso, esquecidos de que, sendo a doutrina evolutiva, deixou
na poeira do tempo a justificativa, que hoje não encontra ressonância frente
aos avanços da Engenharia de Alimentos e dos conhecimentos acerca do
perispírito.
A doutrina nascente não poderia iniciar-se com proibições,
uma vez que tem o livre arbítrio como postulado básico. Contudo, diz o Espírito
Verdade, em resposta à mesma indagação: “O homem deve, pois, se alimentar segundo
lhe exige sua organização” Perguntamos: a organização mediúnica, perispiritual,
fisiológica, psicológica, mental, necessita de combustível sanguinolento para
bom desempenho? São insubstituíveis tais fontes de energia?
A evolução da Engenharia de Alimentos nos permite dizer que
o regime vegetariano substitui integralmente qualquer tipo de alimento de origem
animal, principalmente a carne.
Em Nosso Lar a controvérsia em torno dos alimentos pesados
foi longa e de difícil solução. Foram anos de batalha verbal, com implicações
perispirituais em vasta população, cujo predomínio fisiológico não lhe
permitira o gerenciamento da questão nos moldes nascidos do bom senso. Após
exaustivo esforço de subida, concluiu-se que o melhor para todos era o regime
de fluidos e essências reconfortantes, com exceção dos recém chegados da Terra
via desencarne.
É preciso entender que os instrutores espirituais que
orientam os aprendizes da mediunidade não exigem nem interferem no sistema
alimentar de ninguém. Apenas aconselham, como medida salutar e benéfica à
evolução e ao aperfeiçoamento dos trabalhos mediúnicos, o preparo físico e
moral. O preparo físico, em que se inclui a abstenção de todo e qualquer desregramento
e excesso, também reivindica a alimentação leve e de fácil digestão, pelo menos
no dia marcado para as tarefas mediúnicas. O preparo moral corre por conta da
oração e da vigilância, sem as quais a produção se anula sob o florete da
obsessão ou da fascinação.
A alimentação grosseira compromete o desempenho do médium,
mesmo com o árduo concurso dos técnicos em limpeza perispiritual, cuja função é
retirar do sistema digestivo e circulatório dos invigilantes os pesados fluidos
que lhes empanam os chacras ou centros de força. A alimentação leve, ingerida duas horas antes
da reunião, ou antes, facilita o trabalho dos técnicos e aumenta a
produtividade fluídica da reunião, com o equivalente avanço no atendimento dos
enfermos.
Alimentação pesada significa sobrecarga de trabalho no
sistema digestivo e, transformando o medianeiro em barril de condimentos e
pastas, forte atrativo para os vampiros e glutões desencarnados.
O ser humano, além do alimento que lhe concede energia ao
sistema celular, igualmente necessita da alimentação fluídica, das emanações
afetivas, da prece, alimento do Espírito, e de um ideal nobre que lhe faculte
antever a destinação luminosa. Prender-se apenas a uma angulação alimentar é
retardar-se na penumbra, uma vez que, dotado de corpo e Espírito, deles precisa
zelar com perseverança.
Conclui-se portanto, que, quanto mais leve o alimento, menos
poluição perispiritual, qual ocorre aos aviões, cuja gasolina é especial, e aos
caminhões, que consomem o óleo bruto. Se o bife é gostoso e insubstituível na
lista das prioridades, é que o aprendiz cultua mais o corpo que o Espírito,
necessitando muito esforço na decisão de visitar menos o açougue e mais o centro
espírita.
MEDIUNIDADE - TIRE
SUAS DÚVIDAS - LUIZ GONZAGA PINHEIRO
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